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domingo, 19 de junho de 2011

CARTA ARGUMENTATIVA

REDAÇÃO: GÊNERO TEXTUAL -  CARTA
ENSINO MÉDIO
 

   A estrutura de uma carta argumentativa

       Início: identifica o interlocutor. A forma de tratá-lo vai depender do grau de intimidade existente. A língua portuguesa dispõe dos pronomes de tratamento para estabelecer esse tipo de relação entre interlocutores.
O essencial é mostrar respeito pelo interlocutor, seja ele quem for. Na falta de um pronome ou expressão específica para dirigir-se a ele, recorra ao tradicional "Senhor" "Senhora" ou Vossa Senhoria. O texto dissertativo é dirigido a um interlocutor genérico, universal. A proposta de carta argumentativa pressupõe um interlocutor específico para quem a argumentação deverá estar orientada. Essa diferença de interlocutores deve necessariamente levar a uma organização argumentativa diferente, nos dois casos. Até porque, na carta argumentativa, a intenção é frequentemente a de persuadir um interlocutor específico (convencê-lo do ponto de vista defendido por quem escreve a carta ou demovê-lo do ponto de vista por ele defendido e que o autor da carta considera equivocado).
Mas que fique bem claro: no cumprimento da proposta em que é exigida uma carta argumentativa, não basta dar ao texto a organização de uma carta, mesmo que a interlocução seja natural e coerentemente mantida; é necessário argumentar.




Características da carta argumentativa:

ü  Constitui um texto de natureza argumentativa, que tem por finalidade defender o ponto de vista do locutor e persuadir o interlocutor;
ü  Apresenta formato constituído pelas seguintes partes: data, vocativo, corpo do texto (assunto), expressão cordial de despedida e assinatura;
ü  O corpo é constituído por três partes essenciais: exposição do ponto de vista do autor (ou idéia principal); desenvolvimento (com argumentos) desse ponto de vista; conclusão;
ü  Linguagem culta, formal, impessoal, clara e objetiva;
ü  Verbos geralmente no presente do indicativo ou no imperativo;
ü  Predomínio da 1ª ou 3ª pessoa.

                                  








          


São Paulo 14 de agosto de 2000.

                      Prezados Senhores

             Uns amigos me falaram que os senhores estão para destruir 45 mil pares de tênis falsificados com a marca Nike e que, para esse fim, uma máquina especial já teria até sido adquirida. A razão desta cartinha é um pedido. Um pedido muito urgente.                                                                       
           Antes de mais nada, devo dizer aos senhores que nada tenho contra a destruição de tênis, ou de bonecas Barbie, ou de qualquer coisa que tenha sido pirateada. Afinal, a marca é dos senhores, e quem usa essa marca indevidamente sabe que está correndo um risco. Destruam, portanto. Com a máquina, sem a máquina, destruam. Destruir é um direito dos senhores. Mas, por favor, reservem um par, um único par desses tênis que serão destruídos para este que vos escreve. Este pedido é motivado por duas razões: em primeiro lugar, sou um grande admirador da marca Nike, mesmo falsificada. Aliás, estive olhando os tênis pirateados e devo confessar que não vi grande diferença deles para os verdadeiros.                                              Em segundo lugar, e isto é o mais importante, sou pobre, pobre e ignorante. Quem está escrevendo esta carta para mim é um vizinho, homem bondoso. Ele vai inclusive colocá-la no correio, porque eu não tenho dinheiro para o selo. Nem dinheiro para selo, nem para qualquer outra coisa: sou pobre como um rato. Mas a pobreza não impede de sonhar, e eu sempre sonhei com um tênis Nike. Os senhores não têm idéia de como isso será importante para mim. Meus amigos, por exemplo, vão me olhar de outra maneira se eu aparecer de Nike. Eu direi, naturalmente, que foi presente (não quero que pensem que andei roubando), mas sei que a admiração deles não diminuirá: afinal, quem pode receber um Nike de presente pode receber muitas outras coisas. Verão que não sou o coitado que pareço.                                                                                                Uma última ponderação: a mim não importa que o tênis seja falsificado, que ele leve a marca Nike sem ser Nike. Porque, vejam, tudo em minha vida é assim. Moro num barraco que não pode ser chamado de casa, mas, para todos os efeitos, chamo-o de casa.                                              
              Uso a camiseta de uma universidade americana, com dizeres em inglês, que não entendo, mas nunca estive nem sequer perto da universidade – é uma camiseta que encontrei no lixo. E assim por diante. Mandem-me, por favor, um tênis. Pode ser tamanho grande, embora eu tenha pé pequeno. Não me desagradaria nada fingir que tenho pé grande. Dá à pessoa uma certa importância. E depois, quanto maior o tênis, mais visível ele é. E, como diz o meu vizinho aqui, visibilidade é tudo na vida.
(Moacyr Scliar, cronista da  Folha de S. Paulo
      Esta carta é um bom modelo porque o remetente, um menino pobre, usa as suas condições de vida como argumentos para convencer o seu destinatário, os empresários da Nike, a dar-lhe um par de tênis. Para isso, ele inicia a carta apresentando o motivo pelo qual escreve e quem é ele; a seguir, expõe os argumentos com a  finalidade de convencer o seu interlocutor. Note ainda que a linguagem deve ser coerente com a pessoa que escreve (neste caso, é um vizinho do menino) e também adequada à pessoa para quem se envia a carta: não escreveríamos para  um cantor popular com a mesma linguagem que usaríamos para nos dirigir ao presidente da República, não é?

PARTES  DE UMA CARTA ARGUMENTATIVA

Campos dos Goytacazes, 08 de agosto de 2008[1].

            Prezado Senhor Diretor da Revista Veja[2]

            Tendo lido, na revista que o senhor dirige, matéria relativa ao programa “Fome Zero”, resolvi escrever-lhe para...[3]
            Seguem-se dois ou três parágrafos.[4]
            Atenciosamente,[5]
A.B.C.[6]
 [1] A data deve ser colocada no alto, no lado direito da página. Nos casos em que a banca não especifique outro procedimento, pode-se usar a data do dia em que a redação estiver sendo feita. Observe bem a pontuação: vírgula depois do nome da localidade, e ponto final. O nome do mês se escreve com inicial minúscula.
[2] Pulando-se uma linha após a data, vem o vocativo, expressão com que se saúda a pessoa a quem a carta é dirigida. Fica do lado esquerdo, um pouco recuado em relação à margem. É melhor não colocar nenhum sinal de pontuação depois do vocativo.  O tratamento empregado no vocativo deve ser mantido em todo o texto. O vocativo pode, conforme o caso, ocupar duas linhas.
[3] Pulada uma linha depois do vocativo, vem a introdução da carta. De maneira rápida, apresenta-se a finalidade dela. Como se trata, em geral, de concordar ou não com uma tese exposta ou atitude tomada pelo interlocutor, convém dizer como se teve conhecimento dessa opinião ou atitude. Risque do seu caderninho o famoso “venho por meio desta...”
[4] Os dois ou três parágrafos que seguem a introdução constituem o desenvolvimento, em que se analisa a questão discutida e apresentam-se os argumentos. O início de cada parágrafo deve guardar a mesma distância da margem que se observou no vocativo.
[5] A conclusão da carta é sempre muito formal, já que, na maioria das vezes, não se conhece pessoalmente aquele para quem se escreveu. Pode resumir-se a uma forma de cortesia, como a apresentada, ou outra semelhante.
[6] No vestibular, não se pode assinar o próprio nome. Algumas bancam mandam que se use um pseudônimo.

COLOQUEM-SE NO PAPEL A SEGUIR.

ATIVIDADES

01-       CARTA ARGUMENTATIVA

         APÓS ANALISAR, ATENTAMENTE, AS REGRAS PARA REDIGIR UMA CARTA ARGUMENTATIVA, LEIA REPORTAGENS QUE DISCUTAM A SITUAÇÃO DO CONGRESSO BRASILEIRO DIANTE DAS DENÚNCIAS CONTRA JOSÉ SARNEY. É CORRETO O ARQUIVAMENTO DAS MESMAS? EXISTE ÉTICA NESSE SUPOSTO PROTECIONISMO?
         A SEGUIR, REDIJA UMA CARTA ARGUMENTATIVA AO CONGRESSO EMITINDO A SUA OPINIÃO A RESPEITO DO ASSUNTO.
         RESPEITE TODAS AS TÉCNICAS DA CARTA ARGUMENTATIVA APRESENTADAS ACIMA.
         USE FOLHA DE BLOCO E FAÇA SEU TEXTO A CANETA.
        
02- DISSERTAÇÃO/ ARGUMENTATIVA

TEXTO I

Pense em 1789 e você logo imaginará o início da Revolução Francesa, século XX – 1945 – fim da Segunda Guerra Mundial; 1989 a queda do Muro de Berlim. Todos esses anos têm eventos tão únicos e extraordinários associados a eles que é fácil saber de imediato o que representam. No entanto, nenhum deles possui a aura de magia que acompanha 1968. Quarenta e um anos depois, 68 continua enigmático, estranho e ambíguo como um adolescente em crise existencial. Ele foi o ano da livre experimentação de drogas. Das garotas de minissaia. Do sexo sem culpa, da pílula anticoncepcional. Do movimento feminista. Da defesa dos direitos homossexuais. Do assassinato de Martim Luther King. Dos protestos contra a Guerra do Vietnã . Da revolta dos estudantes em Paris. Da primavera de Praga. Da radicalização da luta estudantil e do recrudescimento da  ditadura no Brasil.  Da Tropicália e do cinema marginal brasileiro. Foi, em suma, o “êxtase da História”.

TEXTO II

O cantor americano Bob Dylan disse recentemente que 1968 foi o último ano em que todas as utopias eram permitidas e que hoje em dia “ninguém mais quer sonhar”. Numa simplificação, pode-se afirmar que o período simboliza a utopia de milhões de jovens rebeldes e cabeludos de acabar com a moral repressora da velha sociedade.

TEXTO III

Há uma vertente que relativiza a herança deixada pela geração do desbunde. Seus adeptos acreditam que as lembranças afetivas turvam a análise independente. Hoje, um dos ex-guerrilheiros de esquerda diz que gostaria de sepultar esse período.

TEXTO IV

O 68 brasileiro foi diferente por uma razão simples. Aqui ele tinha um viés mais político que na França e nos Estados Unidos, países que também viviam em erupção. No Brasil, os contestadores do regime sofreram torturas e exílio. “Nos Estados Unidos, havia o sentimento generalizado de que era preciso mudar  a estrutura da sociedade, mas não necessariamente o  governo’, diz o historiador americano James Green.

TEXTO V

1968 deixou duas heranças: a aversão a toda forma de poder autoritário e a defesa dos direitos civis. No Brasil, grandes transformações na área cultural vieram no embalo da contracultura. A principal delas foi o tropicalismo, que ainda hoje reverbera especialmente na música popular brasileira. O movimento, liderado por Caetano Veloso, Nara Leão e Gilberto Gil, entre outros artistas, propunha mudanças tão radicais que se revelaram inspiradoras para todas as gerações seguintes. O tropicalismo de Caetano incorporou o uso da guitarra elétrica e de gêneros como bolero e as músicas de raiz. De tão ousada, a mistura provocou reações iradas dos setores mais conservadores, que consideravam aquilo uma agressão. O tropicalismo só foi possível porque se vivia uma época em que se experimentava tudo.


TEXTO VI

Poucas das grandes mudanças por que passamos nessas quatro décadas não surgiram naquela época. Da tolerância à diversidade ao reconhecimento dos direitos das mulheres e minorias, do movimento ambientalista às organizações comunitárias, da valorização dos prazeres  à busca da espiritualidade pela meditação, a geração de 68 atingiu, sim, seu ideal de transformar o mundo.


TEXTO VII















A Revista Época, em janeiro de 2008, publicou material comemorativo aos quarenta anos da geração de 68. Baseado nos textos lidos – fragmentos dessa reportagem –, faça um texto dissertativo-argumentativo abordando o tema: geração de 2008 e a Tropicália – deboche, ousadia, luta e cultura – marginais heróis do Brasil.

INSTRUÇÕES:

1. Não se esqueça de focalizar o tema proposto. Crie um título para a sua redação. Seja IMPESSOAL.
2. A sua redação deve, necessariamente, referir-se ao texto de apoio ou dialogar com ele. Atenção, evite mera colagem ou reprodução.
3. Organize sua redação de modo que preencha entre 20 (mínimo) e 30 (máximo) linhas plenas, considerando-se letra de tamanho regular.
4. Observe o espaçamento que indica início de parágrafo.
5. Use caneta esferográfica azul ou preta para transcrever a redação definitiva. Evite rasuras.
6. Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o uso da modalidade escrita culta da Língua Portuguesa.
7. Use a folha de bloco para redigir seu texto.
8.  Atente para a organização, caligrafia e ortografia da sua dissertação.   

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ATIVIDADES PARA ENSINO MÉDIO







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